O ‘caso’ mais recente do Museu de Arte Popular é o único sobre o qual ainda não nos pronunciámos formalmente – o que faremos na primeira oportunidade. Mas devemos desde já adiantar que entendemos constituir um erro museológico crasso desmerecer ou, pior ainda, pretender ‘apagar’ essa colecção e esse conceito de museu, sem dúvida datado e porventura incómodo para algumas elites actuais, mas incontornável em termos históricos e até cativante para muitos apreciadores dos nossos museus. Constitui, por outro lado, uma violência inqualificável, porventura mesmo um crime patrimonial, destruir ou impedir a fruição plena do edifício do museu, tanto nas suas volumetrias exteriores, como no seu interior, povoado este por frescos monumentais, alguns de grande qualidade artística. Tal como quanto ao Museu dos Coches, trata-se de mais um caso em que ‘conteúdo’ e ‘contentor’ constituem um todo coerente e indissociável, que importa preservar a todo custo.
Excerto do editorial de Luís Raposo, presidente da direcção do ICOM Portugal, no Boletim Informativo do ICOM.PT de Junho-Agosto 2009. Ver texto na Íntegra.
Minho, Caixa de Brinquedos de Portugal, pintura mural de Tom (Tomás de Mello) e Manuel Lapa, no Museu de Arte Popular, 1948. Fotógrafo: José Pessoa, 2008 © IMC / MC
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