museu de arte popular

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Um parecer que propõe a reabertura do processo de classificação do edifício do Museu de Arte Popular foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Consultivo do IGESPAR no dia 15 de Julho de 2009 - exactamente um mês depois da entrega formal neste Instituro de um pedido nesse sentido e também, por mera coincidência, no dia do 61º aniversário da inauguração do MAP. O documento emanado do CC tem especialmente em conta o facto de o edifício ser o único que resta da Exposição do Mundo Português e refere "que o mesmo deve ser salvaguardado, e legalmente protegido, nas suas componentes construtivas e de património artístico aí integrado". Por o imóvel se situar em "zona monumental" ele já era objecto de protecção legal, mas - acrescenta o parecer - "propõe-se agora a atribuição de uma classificação enquanto objecto individual".
É uma decisão que vem, sem dúvida, ao encontro das posições de quem pretendeu defender o edifício e o Museu de Arte Popular que aí foi instalado em 1948, quando se introduziram importantes alterações arquitectónicas no anterior Pavilhão da Vida Popular da Exposição do Mundo Português, de 1940, e se dotou o imóvel de um conjunto muito significativo de obras de arte - pinturas murais e baixos-relevos - adaptados a essa sua nova função.

Por outro lado, a reunião anunciada à imprensa pelo Ministro da Cultura no passado dia 17 de Junho com os animadores da luta em defesa do MAP teve lugar esta manhã (estiveram presentes - para além do Ministro e do seu Chefe de Gabinete - Catarina Portas, Joana Vasconcelos, Rosa Pomar, Raquel Henriques da Silva e Alexandre Pomar). Durante a reunião, foi abordada a reabertura pelo IGESPAR do processo de classificação do imóvel do Museu de Arte Popular e as suas imediatas ou eventuais consequências, tendo-se o Ministro declarado aberto a discutir o futuro do edifício e do Museu, mediante formas de auscultação da opinião pública e de ponderação de pareceres especializados que fundamentem as decisões a tomar.
Foram postas em evidência as omissões e os lapsos que existem na própria informação institucional até agora disponível sobre o património decorativo de que o edifício do Museu foi dotado (da autoria dos pintores-decoradores Tomaz de Mello, Carlos Botelho, Paulo Ferreira, Eduardo Anahory, Estrela Faria e Manuel Lapa e do escultor Júlio de Sousa), o qual não se encontra publicado nem devidamente estudado no âmbito da história de arte. Nesse sentido, e também em matéria de apreciação do design do mobiliário expostivo do Museu e, em especial, nas áreas da museologia e da antropologia, foi definido o compromisso de contribuir com informação e pareceres especializados no sentido de aprofundar o debate e fundamentar a defesa da preservação e renovação do antigo MAP, estimulando assim o alargamento da discussão pública do assunto. Por sugestão do Ministro da Cultura, o "site" oficial do Ministério poderá vir a acolher, sob formas a decidir, a documentação já reunida e ainda a produzir sobre os temas do edifício e do Museu, procurando-se explorar as virtualidades das novas tecnologias da informação para estabelecer redes de debate e de auscultação e troca de opiniões.

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