quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
9. Resolução do Conselho de Ministros que procede à primeira alteração à Resolução do Conselho de Ministros n.º 42/2009, de 27 de Maio, e à segunda alteração à Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2008, de 15 de Maio, determinando a requalificação do edifício do Museu de Arte Popular no âmbito das acções de requalificação e reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa a realizar pela Frente Tejo, S. A.
Esta Resolução determina a requalificação do edifício do Museu de Arte Popular no âmbito das acções de requalificação e reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa em curso, a realizar pela Frente Tejo, S. A., mantendo a sua concepção original de espaço dedicado à cultura popular e prosseguindo com as atribuições nas áreas da museologia, da investigação e da acção cultural, respeitando-se o seu passado histórico e a identidade que o espaço, fundado na década de 1940, ganhou ao longo dos anos.
O diploma aprovado permite, ainda, que o Museu de Arte Popular possa reabrir com o seu espólio enriquecido, com um novo projecto museológico e museográfico, para a instalação do acervo que se encontra depositado no Museu Nacional de Etnologia.
Pretende-se, também, que o Museu de Arte Popular seja, em breve, um espaço direccionado para contextualizar a história da arte popular portuguesa, perspectivando‑se, nos dias de hoje, a recolha, a conservação, a inventariação e a divulgação de testemunhos significativos da cultura popular portuguesa, nos âmbitos histórico, artístico e etnológico, bem como a preservação e valorização das tecnologias tradicionais, através do apoio e da divulgação de actividades artesanais representativas das diversas regiões do País.
Comunicado do Conselho de Ministros de 21 de Janeiro de 2010
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Agradeço e saudo os incentivadores e subscritores do blogue do Museu de Arte Popoular desejando-lhes umas Boas Festas e um 2010 cheio de êxitos.
Aproveito para vos referir que tudo farei para estar à altura deste grande desafio que me foi confiado pela nova tutela do Ministério da Cultura, o de reabrir o MAP respeitando o seu carácter enquanto museu - documento de época, como também o de um museu português -um museu para o sec.XXI.
Para isso conto com o vosso já conhecido empenhamento e energia, mas também com o vosso imprescindivel apoio.
Andreia Galvão
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Alexandre Pomar
responde no seu blog à
crónica de Nuno Artur Silva e comenta a nomeação de Andreia Galvão:
MAP: notícia e debates
Já passaram uns dias desde que Nuno Artur Silva * se despediu publicamente do Museu da Língua que dois ministros socialistas quiseram colocar em instalações herdadas da Exposição do Mundo Português. Em versão revista e actualizada, contextualizando nos cenários inventados por António Ferro (e a envolver numa gaiola de vidro dos arquitectos Mateus) a "celebração da Língua nas suas múltiplas realizações presentes".
Ainda não se deu conta da incongruência de associar os conteúdos interactivos e certamente divertidos que nos prometia para o interior dos pavilhões à expressão arquitectónica exterior das prioridades estratégicas da exposição dos anos 40. Os passados traumáticos comuns e os destinos das independências desaconselhavam, como é óbvio, a escolha de um palco tão ideologicamente datado (rústico-modernista?, fascista?). E o conjunto das pinturas murais que o edifício conserva (de Carlos Botelho, Tom, Estrela Faria, Eduardo Anahory, Paulo Ferreira e Manuel Lapa) são um património que inviabilizaria a utilização dos recursos tecnológicos anunciados.
Um humorista ressentido não tem graça e o humor a que nos habituou não é o da piada ignorante. Surprende por isso este exercício confessional com travo a falta de assunto (ou vice-versa).
Começa por ser pretensioso: "Em ano e meio, só por duas vezes participei, a título profissional e nunca remunerado, em iniciativas do Ministério da Cultura, e por convite deste. (Com grande probabilidade menos do que se não conhecesse o Ministro)." Depois confunde: (O Museu da Língua) "foi pensado para ali porque o dito Museu de Arte Popular passaria a integrar o Museu de Etnologia"; de facto nunca se disse tal, mas sim que o MAP era extinto e as suas colecções recolhiam-se no ME, o que é diferente.
Por fim passa por ignorante ao chamar ao MAP "o Museu que celebra o fake popular inventado por António Ferro para a exposição dos anos 40. (E continua) Pode ter a graça do kitsch e pode inclusivamente ser uma versão revista e actualizada que contextualize o lado feira do artesanato." O que se expôs em 1940, e antes nas Exposições de Paris e Nova Yorque (1937, 1939) não foi inventado por António Ferro mas sim por etnólogos que seguiam os critérios então actualizados da sua ciência, internacionalmente aceites e elogiados; à data da inauguração do MAP, em 1948, esses critérios eram já sujeitos a algumas críticas ideológicas e metodológicas, até por parte dum dos principais etnólogos do regime e colaborador de 40, Luis Chaves, mas era também o modernismo possível da equipa de arquitectos e decoradores que se atacava com gosto mais conservador. De facto, esperemos que o museu mumificado e decadente depois da demissão de Ferro (malquerido também pelo regime) renasça com alguma "graça do kitsch", entre outras qualidadses, e que a versão actualizada do MAP saiba prolongar as colecções e dispor de espaços anexos, como se previa nos democráticos anos 80 e 90, para as artes populares de hoje e para os crafts e artesanatos que as continuam ou reinventem.
Como declaração de interesses, já agora, devo acrescentar que foi igualmente como amigo pessoal do ministro, e não só, que pude discutir directamente com ele, em diversas situações particulares e formais, o absurdo desse projecto. E não houve falta de debate público.
* Crónica publicada no Económico (?) no dia 12 de Dezembro de 2009 com o título "Exposição do Mundo Português".
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A crónica sobre o MAP chegou-me por coincidência ao mesmo tempo que a notícia com as declarações da directora em funções desde 1 de Dezembro:
Andreia Galvão é a directora do Museu de Arte Popular
Por Isabel Coutinho, Público 21 Dez. 2009
Andreia Galvão é a nova directora do Museu de Arte Popular (MAP), em Lisboa, e já apresentou à tutela uma proposta de actuação estratégica para a reabertura deste museu no final de 2010. A ex-subdirectora do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), onde esteve cerca de quatro anos, foi indigitada a 1 de Dezembro e quer fazer do MAP um "museu do século XXI".
Professora na Universidade Lusíada, a arquitecta Andreia Galvão fez a sua tese de doutoramento sobre o trabalho de Jorge Segurado, o arquitecto que, na década de 1940, dirigiu a adaptação do pavilhão Vida Popular (realizado para a Exposição do Mundo Português) para Museu do Povo Português, mais tarde chamado Museu de Arte Popular.
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"Estamos a montar a equipa e já apresentei à tutela uma proposta de actuação estratégica para a reabertura do Museu de Arte Popular no final de 2010", disse Andreia Galvão ao PÚBLICO. O MAP irá assumir-se como um "museu-documento, mas passível de ter um papel incentivador para a investigação nas diversas áreas disciplinares que o atravessam", explicou a directora, que também quer que este museu se assuma "como uma ponte entre o passado e o futuro através da contemporaneidade". (...)
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Reabrir o museu é uma prioridade, mas, ao mesmo tempo, conviria fazer acompanhar o processo de reabilitação do edifício e de reinstalação das colecções com a criação de condições para acolher o prolongamento do largo debate público que se mobilizou contra o encerramento.
Não se tratando de restabelecer apenas o que existia, há que considerar as variadas sugestões que se fizeram entretanto sobre possíveis direcções complementares do programa museológico a (re)instalar, em termos de montagem de longa duração e de exposições temporárias. Conhecendo-se as limitações financeiras e estruturais do Instituto de tutela (IMC), e reconhecendo-se as implicações deste equipamento nas áreas da economia, do emprego, do turismo, etc, há que ponderar outras possibilidades de gestão e/ou programação assentes em parcerias (público/privado) ou consórcios entre diversos organismos. Recordando as limitações de espaço de que sofria o anterior museu e também os seus anteriores anexos demolidos e projectos de ampliação, há que prever desde o início o futuro crescimento do MAP no espaço adjacente que lhe esteve e está ainda associado.
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O jornal Público anunciou no passado dia 21 de Dezembro a nomeação de Andreia Galvão para a direcção do MAP:
Andreia Galvão é a nova directora do Museu de Arte Popular (MAP), em Lisboa, e já apresentou à tutela uma proposta de actuação estratégica para a reabertura deste museu no final de 2010. A ex-subdirectora do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), onde esteve cerca de quatro anos, foi indigitada a 1 de Dezembro e quer fazer do MAP um "museu do século XXI".
Professora na Universidade Lusíada, a arquitecta Andreia Galvão fez a sua tese de doutoramento sobre o trabalho de Jorge Segurado, o arquitecto que, na década de 1940, dirigiu a adaptação do pavilhão Vida Popular (realizado para a Exposição do Mundo Português) para Museu do Povo Português, mais tarde chamado Museu de Arte Popular.
Este convite vem na sequência dessa sua investigação. Antes de ter estado com Elísio Summavielle, actual secretário de Estado da Cultura, no Igespar (do qual ele era director), Andreia Galvão trabalhou no Instituto dos Museus com Simonetta Luz Afonso, sua irmã, e mais tarde com a historiadora Raquel Henriques da Silva.
"Estamos a montar a equipa e já apresentei à tutela uma proposta de actuação estratégica para a reabertura do Museu de Arte Popular no final de 2010", disse Andreia Galvão ao PÚBLICO. O MAP irá assumir-se como um "museu-documento, mas passível de ter um papel incentivador para a investigação nas diversas áreas disciplinares que o atravessam", explicou a directora, que também quer que este museu se assuma "como uma ponte entre o passado e o futuro através da contemporaneidade".
O Museu de Arte Popular vai apoiar a inovação e a criatividade e servir de ponto de partida para a criação contemporânea inspirada na tradição. Andreia Galvão quer ainda que este espaço museológico se constitua como "uma embaixada do país em Lisboa onde as autarquias e as comunidades possam mostrar o melhor que se faz nos seus territórios."
Esta indigitação acontece sete meses depois de o Conselho de Ministros ter aprovado a proposta de instalar no edifício do MAP o futuro Museu da Língua Portuguesa. No entanto, no início deste mês a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, revogou esse projecto, considerando que aquele espaço foi concebido para contar a história da nossa arte popular.
Isabel Coutinho, Público, 21 de Dezembro de 2009. Ver artigo no site do Público.
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
A comunicação apresentada por João Leal no colóquio de Junho, que foi publicada no Le Monde Diplomatique de Julho está agora disponível online em versão integral e pode ser descarregada
no blog RESDOMUS em formato pdf.
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009
O IPPAR/ IGESPAR acaba de actualizar e ampliar a Ficha relativa ao edifício do Museu de Arte Popular que faz parte do seu Inventário do Património – já na sequência da reabertura do respectivo Processo de Classificação.
Ver texto e respectivas notas no blog de Alexandre Pomar.O Pavilhão Náutico - depois Espelho de Água - em primeiro plano, depois o conjunto de Pavilhões da Vida Popular, com a torre de filigrana; do outro lado da linha, as Aldeias Portuguesas. Foto de Eduardo Portugal, 1940. Arquivo Fotográfico da CML
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